Postado por Leo Mesquita on terça-feira, janeiro 01, 2013

O fim de 2012 veio com a triste informação da morte do atleta Israel Cruz Jackson de Barros que participava da Corrida Internacional de São Silvestre.
Infelizmente a mais tradicional prova brasileira nos últimos anos esteve diversas vezes envolvidas nas mais variadas polêmicas. O ponto alto foi que em 2010 a organização entregou as medalhas juntamente com o kit da prova. Ano passado a chegada saiu na Avenida Paulista. Este ano a prova voltou para a Paulista mas passou para o período da manhã. São tantas e tão frequentes mudanças que a prova perdeu todo o seu brilho enquanto competição de atletismo. Hoje ela mais parece uma procissão festiva. Nada além disto.
O percurso que muda todos os anos não atrai atletas profissionais de alto nível, sem falar na baixa premiação em dinheiro. A péssima organização da prova, em todos os seus aspectos, não oferece ao atleta amador condições adequadas para correr a prova. Aquela largada, considerada pelo comentarista da Globo   como uma "massa vulcânica em movimento", é a completa demonstração da falta de respeito com o atleta amador. E agora, fica mais claro do que nunca, que o trajeto é um risco à saúde e à vida do atleta. Mas infelizmente a arrogância do organizador da prova não irá permitir uma mudança séria para o ano que vem. 
O risco que o trajeto oferece ao atleta cadeirante já havia sido identificado em 2011 quando o percurso ganhou uma descida muito íngreme. Leia a notícia publicada na Folha de São Paulo no dia 30/Dez/2011. Não é possível que um trajeto seja aferido do ponto de vista de distância e os seus riscos não sejam oficialmente identificados. Caso o trajeto não seja adequado à participação de atletas com necessidades especiais que não se permita a participação destes. Mesmo que o organizador da prova venha dizer por meio da nota oficial que está dando todo o apoio à família do atleta que perdeu sua vida ontem, que a inscrição do atleta tenha sido feita corretamente sob todos os aspectos, que a ADD tenha juntamente com a organização da prova homologado a inscrição do atleta, que o atleta assinou o termo de compromisso assumindo todos os riscos ao participar do evento, mesmo que tudo isto seja dito, a organização da prova é responsável pela segurança do atleta durante o evento.
Nunca participei da São Silvestre. A data sempre foi um problema. Mas em função de todas as polêmicas e péssima organização da largada, nunca me senti devidamente atraído. Se alguma coisa não for feita de forma muito séria, a São Silvestre caminha rapidamente para o seu fim. Continuará sendo a corrida de rua mais tradicional do país, mas cada vez mais estará se afastando daquilo que atletas profissionais, amadores e portadores de necessidades especiais consideram como adequado. O Ministério Público de São Paulo precisa agir! 

5 comentários:

Unknown disse...

Concordo demais!!

A verdade é que a São Silvestre virou festa... O povo vai para pedir: "Filma eu, Galvão".

lafaiete disse...

Muito bom seu comentário, participei pela 3ª vez da S.Silvestre.
Observando os videos da prova reconheço que também achei estranho a comparação do comentarista da globo(publico geral/lava vulcânica.
Mas pior foi o apresentador da TV Gazeta um tal de Silvestre(coincidência) apresentador do programa super esporte disse que aquele povão parecia um samba de criolo doido, fato que me deixou muito indignado que mandei um email para a citada emissora e a uma revista de renome nacional entre nós corredores.
Meu email esta na integra no meu face.

Att:Lafaiete

HELENA CHRISTINA CLEBSCH VIDAL disse...

Oi, Leonardo.

Assim como você, nunca me interessei de ir a São Silvestre. Além do fato de coincidir com ultimo dia do ano e não ser na minha cidade, a muvuca paulistana é uma coisa que me apavora mesmo.
Diante de tantos comentários negativos, nem sei se a prova ainda está sendo vista como evento esportivo de corrida ou um carnaval fora de época. O que eu mais percebi que muita gente sem preparo físico ou mesmo que não corre faz a SS. Lamentável.
Forte abraço e um feliz 2013. Com muitos km's de alegrias pra vc e sua família!!!

Helena
correndodebemcomavida.blogspot.com.br

Jorge Cerqueira disse...

Já corri 5 vezes a SS e como vc citou aqui a minha ultima foi em 2010 quando fizeram a palhacada de dar a medalha antes ao meu ver foi sacanagem da yescom fazer isso pq eles falaram assim que se dessem a medalha pos a corrida iria atrapalhar o show da virada, mas ao concluir a prova tinha alguns caminhoes na av. paulista com varios staffs acima distribuindo os lanches para nós corredores...Ué como assim? A medalha iria atrapalhar mas o lanche não??? Pura babaquice isso...e uma boa prova de se correr pena que os corredores nao sao unidos para impor aos organizadores que nos respeitem...Pretendo retornar a correr ela um dia, mas do jeito que anda fica dificil, lamentavel este fato do corredor Israel que se foi, ouvi dizer que a yescom tirou o minhocao do percurso pq estava com medo de algum corredor pular lã de cima...Mas pera la tem outras corridas que passam pelo minhocao e nunca ninguem se jogou la de cima...outra pilantragem deles pq acabou culminando com a morte de um corredor, ja noutro dia o Rodolfo Lucena publicou no blog dele que foi correndo ate o local prestar uma homenagem ao caldeirante e chegando la viu um homem pintando o muro,,,com certeza mandaram pintar o muro para se eximir de alguma culpa a policia deveria ser acionada, ja que mudaram o horario da prova, bem que eles poderiam deixar o trajeto antigo...Que Deus os tenha o Israel e meus sentimentos aos familiares.

Bons treinos Léo.

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com

Anônimo disse...

A prova não permite que corredores amadores desenvolvam seu ritmo a não ser que esteja na largada umas 4 horas antes, o que é impossivel para a grande maioria dos atletas.
A solução existe, é só organizar a largada por ondas com previsão de tempo feita na inscrição, c/ a cobrança de R$120,00 dá para fazer, é só querer.

Laerte Marengo Filho
Londrina-Pr.

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