Postado por Leo Mesquita on quinta-feira, junho 14, 2012


Impossível deixar passar em branco esta semana e não aproveitar para refletir um pouco sobre a relação da corrida de rua com a sustentabilidade social e ambiental. A conferência Rio +20 já está com grande chance de não gerar algo concreto. Vale também dizer a Eco92 produziu muita coisa boa no mundo das idéias, mas quase nada foi colocado em prática. Então o discurso de que a atual crise impede acordos mais profundos é uma grande balela. Realmente não há interesse nos nossos atuais governantes em pensar um pouco além da atual geração.
Mas nós podemos refletir e verificar o que está ao nosso alcance. Tanto no nosso dia a dia quanto nos eventos de corrida de rua. O que fazer no dia a dia deixo que cada um reflita individualmente. Somos atletas e de certa forma possuímos uma consciência ecológica diferenciada. Estamos em contato com o meio ambiente de uma forma muito mais intensa do que pessoas sedentárias. Então a nossa ótica ambiental é mais apurada.
Abaixo listo algumas pequenas coisas que poderiam tornar os eventos mais sustentáveis do ponto de vista social e ambiental:
  • no processo de inscrição evitar completamente a necessidade de impressão de comprovantes, documentos e boletos;
  • disponibilizar pelo menos 1% das vagas no evento para projetos sociais das prefeituras locais ligados ao esporte, inscrições gratuitas logicamente;
  • dedicar pelo menos 5% da arrecadação com inscrições para projetos sociais das prefeituras ligados ao esporte;
  • tornar todos os itens do kit do atleta opcionais e cobrados em separado. Apenas chip e número de peito devem ser obrigatórios e cobrados juntamente com a inscrição "básica";
  • fazer a entrega do kit do atleta em sacolas ecologicamente corretas: papel ou pano, não me venham com sacolinhas plásticas oxibiodegradáveis;
  • não utilizar chip descartável e encorajar atletas a possuir o seu próprio chip. Na Europa e Estados Unidos isto é muito comum. Os atletas possuem um chip que é reconhecido pela organização do evento nas feiras das corridas;
  • disponibilizar transporte coletivo para o evento encorajando atletas a evitar o uso do carro;
  • disponibilizar estacionamento para bicicletas;
  • disponibilizar ao longo do trajeto recipientes para que os atletas possam jogar os copos de água evitando que pelo menos uma parte seja jogada diretamente no chão;
  • utilizar materiais reciclados na produção da medalha;
  • efetuar a compensação de carbono através do plantio de árvores após os eventos;
E você? Tem alguma outra ideia que poderia contribuir com a sustentabilidade da corrida de rua?

2 comentários:

André Gonçalves disse...

Léo,
Já vi praticamente todos os itens acima nas corridas que participei, porém não ao mesmo tempo. Acredito sim que estamos alguns passos a frente, mas acho que o número de corredores conscientes ainda é pequeno. Porém, devido a endorfina nos tornamos formadores de opinião ou de hábitos e no longo prazo rezo para que façamos a diferença.
O papel de formar bons cidadãos finalmente retorna a sua origem: ao semelhante. Espero que esta nossa contribuição fomente cada dia mais o interesse de todos, não só dos jovens, em construir um mundo mais igual.
Não sei como ou quando conseguiremos elaborar um sistema econômico que reconheça o mérito individual e atenda as necessidades básicas dos ordinários. Mas será a base para uma revolução social, econômica e sustentável.
Boas passadas!
andreeotenis.blogspot.com

ivana. disse...

Muito a propósito o teu post, amigo. Aqui em Porto Alegre, a 29 Maratona tinha conotação de sustentabilidade ... alguns itens diferenciados, mas poucas coisas ... Cabe a nós, corredores, termos consciência e ajudar nos eventos de corrida. O chip tem componentes altamente poluentes, né mesmo ?? Meu carinho.

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