Vivo para Correr

Ao longo da nossa vida passamos por vários momentos de transição. Estes momentos nos exigem ajustamentos e cada qual possui características próprias. Todas as esferas da nossa vida ocupacional, financeira, psicológica e social são envolvidas. As transições podem ser positivas quando as pré condições para o ajustamento estão presentes. Mas podem ser negativas quando há exigência de grande esforço para a adaptação. 

Nas transições quando partimos para um estado de maior exigência, quando sempre nos deparamos por exemplo com o excesso de atividades, falta de tempo, alto ritmo de tomada de decisões, normalmente nos adaptamos mais facilmente. Mas quando a pressão diminui, o tempo torna-se mais disponível, e nos vemos meio sem ter o que fazer, a adaptação é mais angustiante. A desaceleração é muito sofrida e pode levar à depressão, por exemplo. Depois de tanto esforço, é complicado se adaptar à calmaria.

Certa vez estava trabalhando num ritmo alucinante, e de repente tirei 30 dias de férias. Achei que ia morrer, que sequer iria suportar 30 dias seguidos de férias. O mesmo ocorre no esporte. Não apenas com atletas profissionais, mas também com amadores. A psicologia esportiva está ai cada vez mais acompanhando atletas profissionais quando os mesmos decidem assumir o fim da carreira e tomar a decisão de se aposentar. Se uma simples redução de frequência ou intensidade de treinamento ou uma parada temporária por lesão já gera transtornos psicológicos, imagine o que deve ser para um atleta profissional a aposentadoria definitiva. Ver as luzes se apagarem e a cortinar fechar não é um momento agradável.

Bom descanso a todos!